Vanitas (2006) - Paula Rego (1935)


Autor:
Pedro Ribeiro Simões
Přisuzování:
Obrázek je označen jako „Vyžadováno uvedení zdroje“ (Attribution Required), ale nebyly uvedeny žádné informace o přiřazení. Při použití šablony MediaWiki pro licence CC-BY byl pravděpodobně parametr atribuce vynechán. Autoři zde mohou najít příklad pro správné použití šablon.
Formát:
2533 x 2118 Pixel (1713614 Bytes)
Popis:
"Calouste Gulbenkian Museum", Lisboa, Portugal

Material: Pastel on paper mounted on aluminium Collection: Calouste Gulbenkian Foundation Inv.: o6P1372

BIOGRAPHY

Desmontar jogos de poder, denunciar o autoritarismo político, a hipocrisia, expor o sofrimento no amor e a sexualidade encapotada, exaltar o poder feminino, não menos violento, perante todas as agressões, são alguns dos princípios subjacentes a uma obra, que desde a primeira exposição em Lisboa (SNBA, 1965/66), até hoje, continua a suscitar tanto a admiração quanto o embaraço. Considerada durante décadas como “artista marginal”, porque indiferente às artes conceptual e performativa dominantes na Inglaterra, obtém o reconhecimento do establisment artístico britânico quando, em 1990, aceita ser a primeira “artista associada” da National Gallery, em Londres. Se tivesse ficado em Portugal possivelmente teria sido «uma bêbada profissional» afirmou numa entrevista a Marco Livingstone, comissário da retrospectiva realizada no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid, 2007. A ida para Inglaterra foi decisiva, de outra forma nunca poderia ter faltado às aulas da Slade School of Art para ir ao cinema ou conhecido Victor Willing (1928-1988), intelectual, pintor, marido cúmplice da sua obra, cuja morte lenta inspirou novas metáforas, trevas e sombra que apreciava comentar. Em criança, na companhia do pai, Paula Rego sentia um prazer especial em ver as gravuras de Gustave Doré, publicadas no livro “O Inferno”, de Dante. Sem o menosprezo «snob das belas artes» relativo à ilustração, a sua pintura privilegia contar uma história, o suspense, ultrapassando a obra na qual se inspira, seja ela proveniente da literatura oral ou escrita, pictórica, musical ou cinematográfica. Conseguir passar «da cabeça para a mão» a corrente torrencial de imagens, sem censura, é um objectivo constante, muito embora, desde a série a pastel “A mulher-cão” (1994) utilize com frequência modelos, sobretudo Lila Nunes, antiga enfermeira de Victor Willing. O prazer físico de cortar e colar desenhos, modus operandi de finais dos anos 50 até ao início da década de 80 – gerando quadros abstractos e viscerais, numa clara inspiração em Jean Dubuffet, defensor da Arte Bruta – foi assimilado à pintura a pastel das últimas décadas. Criadora de fábulas, Paula Rego desenvolve um trabalho prévio de metteur en scène. Em Londres, o atelier é um palco secreto, no qual contracenam «fantasmas», alguns deles nascidos de esculturas que a pintora constrói. Longe de Portugal, a pátria que os inspira, submetem-se. Aqui «eles não virão mordê-la no rabo», lembra Nicholas Willing, o filho cineasta. Como a pintura é uma forma de «magia poderosa», esses fantasmas correm somente para dentro de quem os teme.

SN Maio de 2010

Source: CAM
Licence:
Sdílet obrázek:
Facebook   Twitter   Pinterest   WhatsApp   Telegram   E-Mail
Více informací o licenci na obrázek naleznete zde. Poslední aktualizace: Sun, 28 Jan 2024 22:29:08 GMT

Relevantní obrázky


Relevantní články

Paula Rego

Paula Rego plným jménem Dame Maria Paula Figueiroa Rego byla portugalská malířka a grafička žijící v Londýně. Ve svých výpravných obrazech, založených na konkrétním příběhu, často čerpala inspiraci z portugalských pohádek a legend i vlastních vzpomínek na dětství. Námětem jejích maleb byly ženy, jejich životní osudy a vztahy. Charakteristickými rysy jejího osobitého stylu jsou neobvyklé proporce postav, zkreslená perspektiva a znepokojivá atmosféra. .. pokračovat ve čtení